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02/09/2021
SETEMBRO AMARELO
NOTÍCIASTalvez você não saiba, mas talvez haja pessoas que trabalhem a ao seu lado que estejam passando por um momento muito difícil, e precisem desabafar. Talvez você não saiba, mas aquele colega que passa por você desejando “Bom-dia!” tenha depressão, e precise de uma palavra amiga. Talvez você não saiba, mas aquela pessoa que mora na mesma casa com você e dorme ao seu lado, tem pensamentos suicidas e esteja precisando de ajuda. Talvez você simplesmente não saiba o que o outro esteja enfrentando, por isso praticar a solidariedade e a escuta ativa são essenciais para ajudar o próximo.
Há alguns anos, doenças psicológicas, como depressão e ansiedade, ganharam destaques na mídia. Muito tem se falado sobre elas, mas pouco se discute sobre as consequências de uma depressão não tratada. Para muitos que sofrem com quadros agudos, a única saída aparente é o suicídio. Os números de pessoas que tiram a própria vida são alarmantes: a cada 40 segundos um suicídio acontece no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2030, em níveis globais, a depressão será a doença que mais atingirá pessoas.
Pessoas com tendências suicidas estão quase sempre passando por uma doença mental que pode alterar, de forma radical, a percepção que elas têm da realidade. Para ajudar quem está próximo, é preciso se atentar para os fatores de risco:
- Tentativa prévia de suicídio − Pessoas que já tentaram suicídio antes tem cinco vezes mais chance de tentar novamente.
- Demonstração de desespero. Sentimentos de desamparo e de desesperança podem levar a atos impulsivos, principalmente, entre jovens e adolescentes.
- Doenças clínicas não psiquiátricas − Algumas outras doenças já foram também associadas ao suicídio, como a doença de Parkinson, a doença de Huntington, as epilepsias e as doenças reumatológicas.
- Traumas na infância e na adolescência − Crianças que passaram por maus tratos, abuso físico e/ou sexual têm maior tendência ao suicídio.
- Fatores sociais − desemprego, sensação de vergonha, desonra, desilusões amorosas também colaboram para o agravamento da situação.
Como posso ajudar?
Falar é sempre a melhor solução. Muitos acreditam que expor o assunto pode aumentar o risco de suicídio, mas não é verdade. Pergunte sobre os desejos, os anseios e as angústias da pessoa, e mantenha a compaixão. Outra dica de ouro é deixar claro, de forma verdadeira, o quanto aquela pessoa é amada e tem importância na vida de todos ao redor. Esteja sempre disposto a ajudar e a acompanhar os tratamentos indicados.
É preciso desconstruir estigmas e eliminar pensamento como: “Só quer chamar a atenção...” ou “Quem quer se suicidar não fica ameaçando.”. Manter esse tipo de pensamento prejudica o diagnóstico prévio e correto, provocando um tratamento tardio e levando o paciente para fases agudas, ou até mesmo à morte.
E como posso me ajudar? Fique de olho nos sintomas: se você está se sentindo triste, com baixa autoestima, muito desânimo e perdendo o interesse em atividades que antes apreciava, procure auxílio.
Ao menor sinal, busque por psicólogos e psiquiatras e conte com a ajuda do Centro de Valorização a Vida (CVV), que dá apoio emocional e faz prevenção ao suicídio. Ligue 188.
Ao menor sinal, seja a ajuda. Observe, converse e apoie.
Setembro Amarelo: Transtornos Depressivos e a Farmacogenética
Setembro é o mês mundial de prevenção ao suicídio, também chamado de setembro amarelo. A campanha no Brasil se iniciou em 2015 e foi criada pelo Centro de Valorização da Vida, Conselho Federal de Medicina e da Associação Brasileira de Psiquiatria. A origem da cor amarela vem da história que inspirou a campanha: Um jovem norte americano de apenas 17 anos que tirou a própria vida dirigindo seu Mustang 68, um carro que ele próprio restaurou e pintou de amarelo. No dia do funeral, os familiares e amigos distribuíram cartões com fitas amarelas presas a eles com a mensagem: Se você precisar, peça ajuda!
No Brasil, o suicídio é considerado um problema de saúde pública e sua ocorrência tem aumentado assustadoramente entre jovens. Entre 2000 e 2016, as taxas de suicídio aumentaram 73%, passando de 6.780 para 11.736, segundo dados do Ministério da Saúde.
Hoje é de conhecimento de todos que os transtornos depressivos se devem a fatores genéticos, neuroquímicos e ambientais, sendo uma doença como outra doença qualquer, que merece atenção e deve ser tratada. Porém, durante muito tempo o assunto não era abordado devido ao preconceito e ao estigma.
Falhas na adesão ao tratamento dos transtornos depressivos podem ocorrer devido ao aparecimento de efeitos adversos ou devido à ausência de resposta à medicação.
Os antidepressivos são substratos do sistema enzimático Citocromo P450 em que existem várias isoformas enzimáticas codificadas por diferentes genes. Assim, variantes desses genes podem determinar enorme variabilidade na maneira como cada individuo irá metabolizar o medicamento ou, ainda, variabilidade na dose de medicamento adequada para uma resposta terapêutica eficiente. O estudo dessas variantes é chamado de Farmacogenética.
O teste de farmacogenética é um grande aliado no tratamento dos transtornos depressivos. O conhecimento da presença ou ausência de mutações nos genes envolvidos no metabolismo dos anitidepressivos fornece subsídios para auxiliar na personalização da escolha da medicação e no manejo de dosagens.
Entre em contato com o DB para saber mais a respeito de como os testes de Farmacogenética podem auxiliar no tratamento da depressão.
Referências bibliográficas
Lima, I. V. M.; Sougey, E. B.; VALLADA-FILHO, H. P. Farmacogenética do tratamento da depressão: busca de marcadores moleculares de boa resposta aos antidepressivos. Rev. Psiq. Clín. 31 (1);40-43, 2004.
Lafer, B e VALLADA-FILHO, H. P. Genética e Fisiopatologia dos transtornos depressivos. Rev Bras Psiquiatr. v21, 1999.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Setembro_Amarelo. Acessado em 26/08/2019.
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